AVALIAÇÃO FINAL DO PROJETO

Ao fazermos uma avaliação final do projeto ” Móbile na Metrópole” é possível afirmar que esse teve uma grande influência na maneira com que entendemos e usufruímos de nossa cidade. Diversas atividade realizadas ao longo do projeto possibilitaram um contato entre nós e a nossa cidade que não tínhamos anteriormente. A partir da ida ao centro da cidade, na qual entramos em contato com realidades distintas, pudemos desenvolver um pensamento crítico quanto ao comportamento do cidadão urbano dessa cidade em questão e buscar, através dessa experiência e das pesquisas realizadas, compreender e desenvolver um comportamento autônomo.

Além disso, pudemos perceber as grandes diferenças existentes entre as regiões de São Paulo, como por exemplo, nas condições de vida enfrentadas pelos moradores das ocupações que visitamos e as condições de vida das pessoas de alta classe. Também foi possível evidenciar diferentes correntes ideológicas, exemplificadas pelo ” Casa Mafalda”, existentes na cidade de São Paulo. Essa instituição busca organizar um grupo de pessoas que pensam de maneira parecida, realizando diversas atividades culturais, debates e ações sociais. Expostos a tal cenário, pudemos perceber em que momento é manifestado um comportamentos autônomo na dinâmica da metrópole e como se dão alguns dos processos de homogenização do comportamento dos cidadão de São Paulo. Baseado nisso, passamos por uma série de discussões e pesquisas que nos levaram a construção de uma visão diferente e mais madura da cidade.

A ideia de relatar nossas experiencias promovidas por esse projeto em um blog foi muito interessante, pois gerou um maior interesse e envolvimento em relação ao projeto, uma vez que esse processo foi contínuo e não realizado por meio de provas ou um único trabalho. A possibilidade de trabalhar com meios de comunicação diferentes dos normalmente utilizados na escola só agregou conhecimento.

Dessa maneira, é possível afirmar que esse projeto teve forte influência na maneira com que percebemos o lugar em que vivemos e a menira como nos relacionamos e comportamos em nossa cidade.

PERCEPÇÃO DA CIDADE

Agora que estamos chegando ao fim do projeto é importante olhar para trás e perceber todas as influencias que o projeto teve em nós e as mudanças que ele gerou em nossa maneira de pensar. A principal mudança que podemos perceber ao fazermos essa avaliação é o quanto nossa maneira de ver e entender a cidade de São Paulo se alterou. Antes tínhamos contato com apenas um pedaço restrito de nossa cidade e não entediamos o quão complexa a cidade de São Paulo é. Após a “exploração” do centro da capital paulista passamos a compreender melhor o funcionamento da principal metrópole do Brasil, notando as gritantes diferenças entre as regiões dessa cidade. Tais diferenças compreendem tantos os campos sociais como os econômicos, além da diferença na paisagem das regiões de São Paulo.Além disso, passamos por um processo de reflexão sobre a nossa questão problema, podendo nos posicionar como sujeitos críticos que valorizam e buscam a autonomia no meio urbano.Após entrar em contato, no estudo do meio, com realidades distintas, onde diferentes formas de controle social atuam, pudermos passar a visualizar de forma mais ampla a atuação destes mecanismos, o que contribuiu para o nosso processo de busca por um comportamento autônomo em São Paulo, Dessa maneira é possível afirmar que o trabalho “Mobile na Metrópole” possibilitou a oportunidade de conhecermos melhor a dinâmica de nossa cidade e de utilizarmos melhor todos os recursos que essa oferece, nos valendo de conhecimentos obtidos a partir de pesquisas, debates, entrevistas e do contato com a nossa cidade.

TRANSFORMAÇÃO DO TEXTO EM VIDEO

Após termos elaborado o texto que abordou nossa questão problema, era necessário transformar tal texto em um vídeo. Esse processo foi muito trabalhoso umas vez que são meios de comunicação muito diferentes. Apesar disso, foi muito interessante poder utilizar uma linguagem diferente para expressar nossas discussões, nos valendo de uma combinação de imagens e de narração em nosso vídeo. Assim, ficamos muito satisfeitos com o resultado de nosso projeto, o qual vocês poderão conferir em breve.

NOVO TEXTO

Depois de diversas leituras e diversos debates elaboramos um novo texto, que irá abordar a ideia de autonomia de um cidadão dentro das grandes metrópoles urbanas, especificamente em São Paulo.

AUTONOMIA E O CIDADÃO URBANO DA MODERNIDADE

Mobile na Metrópole é um projeto da Escola Mobile que transcende o ambiente da sala de aula na construção do conhecimento, permitindo que os alunos passem a experimentar sua própria cidade como sujeitos críticos, percebendo e sendo tocados por toda a realidade desconhecida à nossa volta. Este projeto da área de humanidades de 2014 tem “Conflitos Urbanos” como tema geral. Dentro desde tema, cabe a cada grupo direcionar sua pesquisa com base na determinação de uma questão problema.

A questão problema a ser discutida neste trabalho está relacionada com a falta de autonomia do cidadão das grandes metrópoles ocidentais da atualidade. Com isso, olharemos para a cidade de São Paulo de forma mais específica buscando responder como ter um comportamente autônomo vivendo nesta sociedade.
A palavra “autonomia” vem do grego αὐτονομία (auto=algo que se refere a si mesmo; nomia=regras, normas), sendo, assim, a criação de regras para si mesmo, ou, como o filósofo Immanuel Kant afirma, a autonomia é a capacidade de autodeterminação. O pensador alemão, para caracterizar aqueles que não tem essa capacidade, desenvolveu a ideia de menoridade intelectual. O conceito é explicado por Kant como a falta de capacidade de um indivíduo de apropriar-se da própria razão sem depender do outro.
Dito isso, é importante entender como se da esse processo de homogenização do comportamento humano e a que poderia se refererir o termo “outro”, que seria aquele que dita o modo como grande parte dos cidadãos urbanos devem agir. Para Michel Foucault, em todas sociedade, existem mecanismos (materiais e simbólicos), que visam reprimir comportamentos desviantes, individuais ou coletivos. Estes mecanismos são chamado, por ele, de controle social. O controle social se dá na cidade de São Paulo (e em outras grandes metrópoles) através de discrusos propagados repetidamente, compondo morais. Estas últimas, por sua vez, são um conjuntos de valores consolidados em um determinado grupo de pessoas buscando determinar a forma como este deve se comportar. Instituições midiáticas, grandes marcas, religiões, escolas e famílias são exemplos de detentores do poder discursivo e grandes propagadores da moral na cidade de São Paulo.
A moral cristã, por exemplo, prega os valores de pureza da mulher e monogamia, os quais são muito presentes na sociedade paulistana. Esses valores raramente são contraditos, sendo que quem o faz é normalmente associado a prostituição e vulgaridade, mesmo por aqueles que não seguem a religião católica, o que explicita a força desta moral na sociedade em questão.
Outro discurso que propaga uma moral muito influente no comportamento do cidadão urbano é o do consumo. O discurso capitalista propagado pelas grandes marcas e empresas valoriza o comportamento individual e o acúmulo de capital, gerando uma sociedade de consumo, a qual se caracteriza por ser altamente consumista e materialista. Esse discurso é propagado constantemente pela mídia, reforçando a ideia de que todos devem viver em função de ganhar dinheiro e ascender socialmente. A sociedade se estabelece de forma extremamente desigual, entretanto todas as classes almejam a mesma coisa: o consumo. O padrão de sucesso está na quantidade de bens acumulados e, com isso, indivíduos consomem o que não necessitam ou mais do que podem pagar, buscando o almejando status de sucesso. Para manter o padrão de consumo, muitas familias em São Paulo se endividam e, segundo a Fecomercio-SP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo), esse número chegou a 1,963 milhão de familias endividadas em Janeiro de 2004.
A publicidade é um dos pilares da sociedade de consumo. Ela cria nos cidadãos novas necessidades, inventando assim uma demanda de consumo. A cultura do consumo propagada pelo marketing recusa a profundidade e valoriza as aparências. Impondo esterióripos de beleza, sucesso e felicidade, vendem-se produtos que ajudariam os indivíduos a se enquadrar neste padrão. Para manter o consumo sempre constante é necessária uma dinâmica de rotatividade e fluidez, impedindo que um produto específico seja alvo de desejo por muito tempo. Com isso, se cria e a obsolecência programada, que seria a produção de bens com vida útil determinada (rapidamente se tornam obsoletos ou perdem sua funcionalidade); o que aumenta a necessidade de consumo e torna-o constante, uma vez que os produtos passam a satisfazer o comprador por um curto período de tempo. Esta estratégia é muito lucrativa para os detentores dos meios de produção e garante uma sociedade neofílica (com desejo constante pelo novo) e consumista.
Mesmo sob um cenário com tantos controles sociais e com comportamento humano padronizado, a ideia de liberdade está muito presente no discurso consumista propagado nas sociedades urbanas capitalistas, associando-a ao poder aquisitivo.
Na sociedade de consumo é possível determinar quão feliz ou bem sucedido um indivíduo é baseado-se em seu poder de consumo e, em relação à liberdade, o mesmo também pode ser dito. Nessa sociedade, a liberdade é concebida como a possibilidade de escolher um produtos, podendo optar entra a marca X ou Y. Essa liberdade associada ao consumo expressa um grande paradoxo da sociedade moderna. Niall Ferguson, historiador e professor da Universidade de Harvard, fala sobre isso: “um dos maiores paradoxos da história moderna: um sistema econômico projetado para oferecer escolha infinita ao indivíduo tenha terminado homogeneizando a humanidade”. Essa liberdade, portanto, não pode ser associada ao conceito de autonomia, uma vez que este conceito, como ja foi explicado, está relacionado ao uso da razão para determinar o comportamento individual sem a tutela de algum elemento externo. Na sociedade de consumo, o oposto pode ser observado: o comportamento dos cidadãos baseia-se em seguir as morais vigentes, buscando se enquadrar nos esteriótipos consolidados na sociedade. De tal forma, pode-se afirmar que na sociedade de consumo e, consequentemente, em São Paulo também, a grande maioria dos cidadão estão em sua minoridade intelectual, segundo o conceito de Kant, e, assim, não se comportam de forma autônoma. O que é necessário, portanto, para que saiam da minoridade e sejam autônomo?
Kant acredita que a saída desta minoridade está no esclarimento, que seria fazer o uso de seu próprio entendimento, usando a razão, para construir seus valores e agir com autonomia. O filósofo usa o lema “Sapere aude”- que significa “ouse saber”- com o objetivo de estimular o uso do próprio entendimento, convidando os homens a pensar de forma livre e a agir de forma autônoma, livres do que dita a moral vigente na sociedade. Para isso, é necessário parar de seguir cegamente algum elemento externo sem análisá-lo e questioná-lo, seja este elemento um deus, uma moral ou o próprio dinheiro e bens materiais. É importante explicitar que o pensamento de Kant vai de encontro com teses deterministas e fatalistas. Para ele, a responsabilidade pela minoridade é toda do indivíduo, uma vez que a causa dela não está na falta de entendimento, mas sim no medo, na covardia, na preguiça ou em outros motivos que possam levar o indivíduo a não servir-se a si mesmo sem a tutela de outro; ele afirma que é cômodo ser menor.
Para ele, o esclarecimento está diretamente relacionado à liberdade, sendo esta presente apenas para aqueles que agem com base na própria razão, ou seja, autonomamente, contradizendo o sentido de liberdade concebido na sociedade de consumo. Nesta, a liberdade relaciona-se com a capacidade de consumo de um indivíduo e, para Kant, ela associa-se ao processo de esclarecimento que leva a maioridade e faz com que o indivíduo seja autônomo. Assim, é necessário que, ao se apropriar do conceito de “liberdade” da sociedade de consumo, não o associe a autonomia, como muitas vezes é feito devido a proximidade semântica que estes conceitos podem apresentar. Essa associação, entretanto, pode ser feita ao considerar o conceito de liberdade de Kant, o qual, de fato, está diretamente relacionado à autonomia.
Em conclusão, o meio das grandes cidades da modernidade exerce incontestável influência no comportamento do cidadão urbano, entretanto, não pode ser considerado o responsável pela homogenização de tal comportamento. Albert Einstein afirmou que “Poucos são aqueles que vêem com seus próprios olhos e sentem com seus próprios corações”, reafirmando a ideia de que grande parte da população atual se encontra em sua minoridade e não age de forma autônoma. Para passar a agir com autonomia e liberdade (segundo o conceito de liberdade kantiana), em São Paulo-e nas grandes cidades modernas- é necessário ter ciência de quais são os mecanismos de controle social que influenciam os indivíduos a se comportar de forma heteronôma (não autônoma) e, a partir disso, criar seus próprios valores, passando por um processo de esclarecimento e se tornando capaz de pensar independentemente, sem necessitar da tutela de alguma religião, moral, ou discurso propagado socialmente. Um sujeito autônomo está em sua maioridade e é capaz de se autodeterminar.

Nova questão problema, novo texto

Após diversas discussões, debates e leituras a respeito do tema de nossa pesquisa, percebemos que existem outras maneiras de abordar o ideia da individualidade do homem e também a maneira com que a cidades do mundo contemporâneo influenciam nisso. Assim, decidimos elaborar uma nova questão problema e redigir um novo texto. Para isso começaremos deixando de lado a ideia de individualidade como algo inteligível e imutável, que precede a existência do indivíduo, e passaremos a trabalhar com a ideia de autonomia, questionando como agir, de fato,autonomamente nas grandes cidades da modernidade (São Paulo principalmente).Nos basearemos em ideias do pensador alemão Immanuel Kant e do francês Michel Foucault, a fim de explicar os mecanismos que levam o homem a um comportamento heterônomo nas grandes cidades e como agir de forma autônoma.

A DESCONSTRUÇÃO DA INDIVIDUALIDADE DO CIDADÃO URBANO

O texto a seguir é a primeira etapa do processo de resposta da questão problema, sendo o trabalho final do Mobile na Metrópole deste bimestre

Mobile na Metrópole é um projeto da Escola Mobile que  transcende o ambiente da sala de aula na construção do conhecimento, permitindo que nós alunos, passemos a experimentar nossa própria cidade como sujeitos críticos, percebendo e sendo tocados por toda a realidade desconhecida à nossa volta. Esse projeto da área de humanidades de 2014 terá Conflitos Urbanos como tema geral. Dentro desde tema, cabe a cada grupo direcionar sua pesquisa com base na determinação de uma questão problema.
A questão problema deste grupo está relacionada com a perda de individualidade decorrente nas grandes metrópoles ocidentais da atualidade, buscando responder como o cidadão urbano pode escapar da desconstrução de sua individualidade dada nessas cidades, passando a manifestar o seu próprio eu, ao invéz de simplismente se enquadrar no padrão imposto.
Antes de compreender como ter, de fato, uma individualidade, é necessário compreender como que se dá a desconstrução desta nas cidades. Para explicar isso, Michel Foucalt criou o conceito de controle social, que seriam os mecanismos que ocorrem em uma sociedade visando reprimir comportamentos desviantes. De tal forma, a população torna-se massificada e, por tanto, ter controle sobre esta passa a ser mais fácil. O controle social ocorre nas cidades através dos discursos propagados pelas instituições midiáticas, famílias, religiões, leis etc. Todos estes discursos compõem morais, ou seja, conjuntos de valores consolidados em um determinado grupo de pessoas buscando determinar um comportamento homogêneo destes, os quais não costumam perceber a influência da moral em seus atos. Sigmund Freud explica que nossa mente se divide em consciente e incosciente, sendo que neste último atua a maior parte do chamado supergo. O superego deve ser entendido como a fração da mente onde os valores sociais estariam armazenados. Atua, assim, como um controle social internalizado na censura de atitudes que desviem do padrão de comportamento imposto pela sociedade. Os indivíduos normalmente agem de acordo com o “superego” sem ter ciência disso, uma vez que este se encontra no inconsciente.
O filósofo Max Weber cria um conceito de “dominação”para explicar um mecanismo de controle social que manipula os indivíduos, sem que estes nem sequer percebam, como realmente pode ser observado nas cidades atuais, onde a ideia de que todos são livres e, portanto, autônomos, é vendida constantemente por países como os Estados Unidos. Assim, a população tende a ter a ilusão de liberdade, mas atua de acordo com seus superegos, seguindo apenas uma ordem ditada pela moral da sociedade.
Deleuze desenvolveu o conceito de “sociedade de controle” para descrever o cenário urbano da modernidade, onde formas de controle social atuam, mantendo os comportamentos individuais padronizados. Nesta sociedade, os indivíduos são manipulados sem o uso explícito da força. A manipulação se dá por métodos de controle social de curto prazo e de rápida rotação, sendo, entretanto, contínuos e ilimitados. O consumismo incitado pela dinâmica capitalista vigênte na maior parte dos ambientes urbanos ocidentais pode ser considerado um exemplo deste métodos, sendo muito eficaz na manutenção de uma população alienada e, com isso, facilmente manipulável. Na sociedade de controle, com isso, fica evidente uma perda de autonomia do cidadão; e, ao compreender individualidade como a “originalidade própria de uma pessoa” (definição do Dicionário Aurélio), pode-se afirmar que esta perda de autonomia gera uma desconstrução da individualidade dos cidadãos, os quais se distânciam deles mesmos. O pensador alemão Immanuel Kant, cria o conceito de menoridade intelectual buscando identificar aqueles que passaram por este processo de desconstrução. O conceito é explicado por Kant como a falta de capacidade de um indivíduo de apropriar-se da própria razão sem depender do outro, apresentando a preguiça e a covardia como formas de controle social que podem levar alguém à menoridade intelectual. 
Ao buscar uma resposta de como escapar do controle social e da menoridade intelectual, em meio à sociedade de controle vigente nas grandes metrópoles, é indispensável a análise de pensamentos de Sócrates. O pensador ateniense desenvolve sua filosofia inspirando-se em uma inscrição do Templo de Delfos: conhece-te a ti mesmo. Foucault afirma que é necessário compreender tal frase olhando de forma ampla para o autoconhecimento e cuidado de si. Assim, o que Sócrates pregava a partir da inscrição seria uma visão da vida mais voltada para aquilo que é inerente a cada um-individualidade- e menos preocupada com banalidades materiais, tais como dinheiro e poder. Segundo ele, somente preocupando-se consigo mesmo pode-se atingir a verdade, sendo esta a forma capaz de transformar o ser em seu próprio sujeito. Sob a ótica do filósofo "A vida não examinada não vale a pena ser vivida”, o que explicita a importância dada por ele ao autoconhecimento, que seria a única forma de alguém entrar em contato com sua indivídualidade.
O autoconhecimento, contudo, não é obtido facilmente. O escritor Aldous Huxley afirma que “Se a maior parte de nós permanece ignorante de nós mesmos, é porque o autoconhecimento é doloroso e preferimos os prazeres da ilusão”. Huxley cria, em seu livro “Admirável Mundo Novo”, uma analogia para a sociedade em que vivemos. Na civilização retratada na obra, o controle dos indivíduos predomina, atuando desde o nascimento desdes. Todos já nascem com uma função social predestinada e, a partir de um condicionamento mental, não há questionamentos. São dominados pelo sistema gerando uma sociedade harmônica e de aparente felicidade, a qual, na verdade reprenta uma alienação coletiva. Na distopia criada por Huxley, não existem revoltas nem anseios, uma vez que as pessoas são tranquilizadas por uma droga, que o próprio governo distribui, chamada Soma. Esta pode ser associada à política “pão e circo”-criada pelos antigos romanos mas eminente muitas vezes em sociedades atuais- e às chamadas drogas de alienação; ambos são ferramentas que atuam de forma a manter a aparente felicidade e harmonia social constantes. Aquela pode ser identificada ao observar os papéis que muitas vezes o futebol e o “bolsa familia” exercem no Brasil, alienando a população quanto aos problemas políticos, econômicos e sociais do país; esta, por sua vez, pode ser associada ao uso de drogas estimulantes e opióides- como alcóol, nicotina, cafeína, morfina e cocaína- nas sociedades, exercendo um papel de tranquilizar as angústias, ansiedades e frustrações da população. O autor, entretanto, não acredita que todas as drogas tenham a função de alienação e, inclusive, defende o uso de psicodélicos- dimetiltriptamina e psilocibina, por exemplo- como um caminho para atingir experiências psicodélicas, as quais devem não devem ser entendidas como experiências obtidas restritamente pelo uso de drogas; elas se caracterizam pela revelação da mente àquele que a experimentou, sendo o uso de drogas um dos caminhos de atingí-la. Psicodélico deriva do latim psiké  (alma) e delos (manifestação) e, assim, através da manifestação da alma-ou individualidade-as experiências psicodélicas levam os indivíduos ao autoconhecimento pleno.
Outra forma de autoconhecimento é através do Budismo. Neste, cada ser é discipulo de si mesmo e o conhecimento próprio do corpo e da mente é priorizado. Um monge do templo Busshinji afirmou, em entrevista, que o budismo está preocupado em responder quem nós somos; e a única forma de descobrir isso é através da meditação, nenhuma informação externa pode substituir a experiência individual. Segundo ele, “somente pelo autoconhecimento podemos conhecer a verdade”. Ele afirmou também que o apego nos distancia desta verdade e “quanto menos apegos nós tivermos, mais originais seremos”, ou seja, mais em contato com nossas individualidades estaremos. O único jeito de, portanto, segundo a filosofia budista de livrar-se do apego e conectar-se à sua individualidade seria por meio da meditação.
Para escapar da massificação do comportamento nas sociedades e poder ter acesso à individualidade, algumas pessoas buscam estilos de vida alternativos, que rompem tanto com a moral quanto com os valores eminentes nas sociedades em questão. Sergio - um artesão nascido na Colômbia - leva um estilo alternativo, vivendo como um nômade, viajando pelo mundo e vendendo sua arte. Em uma entrevista realizada no centro de São Paulo, onde ele vendia peças que produzira, Sergio afirmou acreditar que através de suas viagens conhece melhor, não só mais o mundo, mas também, a si próprio. 
Outra pessoa que encontrou seu mecanismo de acessar sua individualidade no meio da caoticidade urbana é a Chef Cláudia Mattos do restaurante Zym, o qual participa de uma cadeia de restaurantes chamada “Slow Food” que critica o ritmo acelerado ditado pela sociedade moderna. A proposta de seu restaurante é “voltar para casa”. A frase, segundo ela, deve ser entendida em seu sentido mais profundo, relacionando-se com voltar às raízes e voltar à própria individualidade. Ela defende que isso seja feito através do contato com a natureza, dizendo que “nós somos a natureza mas nos perdemos de nós mesmos.  O contato com ela tem a propriedade de nos reconectar”. De tal forma, ela acredita que rompendo com o ritmo social e afastando-se da artificialidade das cidades, os indivíduos são capazes de se reconectarem a eles mesmos, compreendendo quem são e, assim, rompendo com o comportamento massificado e expressando suas individualidades.
Em entrevista no espaço autônomo paulista Casa Mafalda, um dos organizadores afirmou que o o sistema vigente baseado no capitalismo faz com que as pessoas se enquadrem e percam individualidade. A Casa Mafalda é um espaço de gestão aberta onde experimenta-se praticas sociais e culturais, funcionando como uma alternativa ao que a Grande São Paulo oferece. O organizador defendeu o anarquismo, dizendo que seria o único sistema, na opinião dele, que respeitaria as individualidades dos indivíduos, uma vez que nele não há relações de poder e nem qualquer tipo de autoridade ou dominação, permitindo que os indivíduos sejam eles mesmos. Ele concluiu afirmando que “só nos expressamos de forma individual legítima quando existe uma força coletiva que permite que a individualidade se manifeste”. De tal forma, o caminho proposto por ele para expressar a individualidade não é o isolamento e um estilo de vida alternativo visando o autoconhecimento. Ele defende uma ruptura com a estrutura da sociedade, proporcionando uma revolução tanto social quanto ideológica que possibilitaria a manifestação autônoma do indivíduo em sociedade.
Concluindo, nas grandes metrópoles modernas, o ser humano se perdeu de sua própria individualidade, deixando, com isso, de ser autônomo e livre. Albert Einstein afirmou que "Poucos são aqueles que vêem com seus próprios olhos e sentem com seus próprios corações.", o que reafirma a tese de que os indivíduos vem sofrendo um processo de desconstrucão de suas individualidades. Para escapar deste processo, como foi evidenciado, existem diversas propostas e não há como concluir qual seria a mais correta, uma vez que todos indivíduos, em essência, são diferentes uns dos outros. Assim, o caminho para a percepção desta diferença é tão singular quanto ela mesma. Cabe a cada um experimentar o máximo possível, a fim de conhecer melhor sua mente e sua individualidade, conseguindo apresentar um comportamento autônomo em meio a a uma sociedade que preza a homegenização dos indivíduos.

Cidade com nome de santo – Ogi

Observando a playlist de um programa que assisto no canal off , o Pela Rua , que retrada pessoas andando de skate , encontrei uma musica que me lembrou rapidamente do estudo do meio , mobile na metropole , e me trouxe uma sensacao confortavel , segue um trecho sobre a cidade de Sao Paulo:

“Quem não conhece bem tem medo
Se assusta com a sua imensidão
Mas eu vou desvendar os seus segredos
Nos próximos fatos que virão”

Móbile na Metrópole 2ºC Grupo 7

Tipos e Tribos: Giancarlo Lorenzo, Giulio Carvalho, João Marcelo Elias e Luiza Gremaud analisam os preconceitos existentes na cidade de São Paulo, gerados pela diversidade de grupos e pessoas, culturas e gostos, crenças e linhas de pensamento. Além disso, buscam compreender melhor as chamadas "tribos urbanas" e descobrir suas origens.

A Luta pela Moradia

Somos um grupo proposto a desvendar São Paulo.

Móbile na Metrópole 2ºA Grupo 7

Por Natália Diniz, Fernanda Haddad, Isabella Sharau e Daniela Assi

Móbile na Metrópole 2ºA grupo 6

The greatest WordPress.com site in all the land!